teve no Chevrolet El Camino um famoso representante
Picapes derivados de automóveis -- algo habitual para os brasileiros no segmento leve, inaugurado pela Fiat nos anos 70 -- causavam surpresa quando, em 1957, a Ford introduziu nos Estados Unidos o Ranchero. Baseado no sedã Fairlane, carregava meia tonelada com conforto similar ao de um carro. A resposta da General Motors à novidade veio em outubro do ano seguinte: o Chevrolet El Camino (o caminho, em espanhol).

O nome reaparecia quatro anos depois, agora numa derivação do Chevelle. Com linhas mais robustas e porte menor, faltavam os motores de melhor desempenho do automóvel: o El Camino podia vir apenas com os V8 de 283 pol (4,6 litros), de 195 e 220 cv, e 327 pol3 (5,35 litros) de 250 cv -- todos os valores de potência são brutos. A oferta crescia no modelo 1965, que oferecia versões mais bravas do 327 (com 300 e 350 cv).

Retoques estéticos vinham em 1967: grade, pára-choque dianteiro, lanternas traseiras e tampa da caçamba eram novos, havendo oferta de revestimento de vinil para a capota. Na parte mecânica, novidade eram os amortecedores com ajuste pneumático, que podiam ser inflados conforme o peso da carga transportada. Os motores continuavam os mesmos 396.

Na linha 1968 o El Camino chegava à terceira geração e recebia as mesmas mudanças da linha Chevelle, passando a adotar o chassi mais longo, de 2,94 metros entre eixos, do sedã e da perua. A versão de 375 cv do motor 396 (denominada L78) era enfim oferecida no picape SS396, que ganhava frente mais agressiva, capô com ressaltos e falsas tomadas de ar, vidro traseiro em recesso -- como no Chevelle -- e rodas de 6 pol de tala com pneus de faixa vermelha.
O SS396 deixava de ser a única versão no ano seguinte. Tornava-se um pacote opcional ao El Camino básico, que incluía câmbio de três marchas com alavanca no assoalho, escapamento duplo, capô esportivo, rodas de 7 x 14 pol e freios dianteiros a disco com assistência. No modelo 1970, ainda mais potência: havia um V8 350 (5,7 litros) de 300 cv, dois de 402 pol3 (6,6 litros), com 350 e 375 cv, e dois enormes de 454 pol3 (7,4 litros), com 360 e 450 cv.

A adoção de potência líquida em 1972 fez cair ainda mais os valores, embora os motores não mudassem: o 350 tinha agora 175 cv; o 402, 240 cv; e o 454, 270 cv. A quarta geração aparecia em 1973, ano em que ganhava carroceria baseada no Chevrolet Malibu, incluindo uma tampa traseira arredondada que diminuía o espaço de carga. Permaneciam os motores de 175 e 240 cv, mas chegava um mais fraco de 350 pol3 (apenas 145 cv) e o 454 perdia potência, caindo para 245 cv.

Seguiram-se novas perdas de potência e de identidade, tornando-o mais um dos deprimentes veículos americanos da era de petróleo escasso. A quinta geração, lançada em 1978, ficou no mercado até 1987. O El Camino ainda ameaçou retornar com a apresentação, em 1995, de um carro-conceito baseado no Chevrolet Caprice, mas isso não se concretizou.
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