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Hurst cria versões preparadas do Challenger

A empresa de preparação de automóveis Hurst lançou, com a autorização da Dodge uma série especial e exclusiva do Challenger. Trata-se da disponibilização de um upgrade visual e uma série de estágios de preparação do modelo que juntos vão de nível 1 ao 5.

Visualmente, a Hurst incrementou o muscle-car com uma distinta pintura prata com listras pretas e detalhes em vermelho, e rodas de alumínio forjado de aro 20”. A empresa também se encarregou de aprimorar o visual do interior do modelo e, em parceria com a Katzkin, equipou-o com couro preto e detalhes em vermelho, além de nova manopla de câmbio e volante.

Os modelos que receberam apenas melhorias visuais, sendo estas do estágio 1 e 2, podem ser encontradas em revendedoras da Dodge nos Estados Unidos.

As versões que vão do estágio 3 a 5 contam com a participação de diversas empresas que desenvolveram ítens de alta performance para automóveis. Amortecedores, molas e barras estabilizadoras foram desenvolvida pela parceria Hurst/Eibach, os escapes de aço inoxidável foram feitos pela Hurst/Magnaflow, os pneus utilizados são DKW de alta performance da BF Goodrich, o filtro de ar esportivo utilizado é da K&N, e o kit de supercharger foi projetado também pela Hurston em parceria com a Vortech.

Os valores dos modelos não foram divulgados, assim como os dados técnicos.


Dodge Challenger

Bem parecidos, "Barracuda e Challenger" chegaram um ano depois do novo Mustang e um pouco antes dos Camaro e Firebird 1970 1/2. Frente longa com faróis duplos (no 'Cuda eram simples), traseira curta e elevada, ausência de colunas centrais compensada por largas colunas traseiras... O Challenger sugeria um carro pronto para a ação, ainda mais pelas cores vivas comuns na época. Como cupê ou conversível, tinha 5 centímetros a mais no entreeixos e 13 centímetros no comprimento em relação ao Plymouth, mas usava a mesma plataforma. A oferta de motores era generosa: começava por um seis-em-linha de 3,7 litros e 145 cv e prosseguia com os V8 5.2 de 230 cv, 5.6 de 275, 6.3 de 290 ou 335 cv, 7.2 de 375 ou 390 cv e 7.0 Hemi de 425 cv.

Além do básico havia SE, R/T e T/A - esta era uma versão para ruas da preparação para o campeonato Trans American Sedan, com o V8 5.6 munido de três carburadores de corpo duplo e 350 cv estimados. A lista de acessórios também era vasta, com ar-condicionado, freios dianteiros a disco e faixas laterais, entre outros itens. O Challenger parecia pronto para cavar seu espaço entre os pony cars, não fosse o descompasso com o mercado, que marcaria a Chrysler na década de 70.

A febre dos muscle e pony cars já tinha chegado a tal ponto que o preço dos seguros disparou e a clientela começou a recuar. Ainda assim, 83 032 unidades suas foram vendidas, 11 000 à frente de seu maior rival, o Mercury Cougar. Mas as vendas despencariam para 29 883 carros em 1971. O cerco aos modelos potentes, beberrões e poluentes aumentou com novas normas de emissões. Para agravar a situação, a potência nos Estados Unidos passou de valores brutos para líquidos em 1972, o que fez qualquer diferença parecer ainda maior. Alguns motores saíram de linha, assim como o T/A, o R/T e o conversível. A nova frente vinha com grade separada dos faróis e traseira com lanternas duplas. Nada disso evitou que as vendas caíssem mais, para 26 658 unidades.
Apesar de haver uma reação, com 32569 vendas em 1973, a Chrysler preferiu não investir mais no projeto. Em 1974, último ano do Challenger original, houve apenas a troca do V8 opcional por um de 5,9 litros e 245 cv. Só 16437 deles foram vendidos. Aquele também foi o último ano do Barracuda. Baseado no subcompacto Pinto, o Mustang 1974 era uma sombra de seu passado e o Mercury Cougar se tornou um cupê de luxo. Só Camaro e Firebird se mantiveram fiéis ao princípio dos pony cars, ainda que com motores bem mais amenos. Um novo Challenger surgiu em 1978, como mera versão do Mitsubishi Sapporo. Durou até 1983. Já o poder de atração do Challenger original dura até hoje.
FICHA TÉCNICA
Motor: 6 cilindros em linha; V8
Potência: 145 cv a 4000 rpm (6 cilindros 3.7); 230 cv a 4400 rpm a 425 cv a 5000 rpm
Câmbio: manual de 3 ou 4 velocidades; automático de 3 velocidades
Carroceria: cupê hardtop e conversível
Dimensões: comprimento, 486 cm; largura, 193 cm; altura, 129 cm; entreeixos, 279 cm
Peso: 1 525 kg (R/T V8)
0 a 100 km/h: 0 a 96 km/h em 5,9 segundos (versão T/A)

Dodge Charger R/T

Talvez a mais antológica perseguição do cinema seja a do ator Steve McQueen, a bordo de um Ford Mustang, seguido por um Dodge Charger R/T, ambos 1968. Logo McQueen inverte o jogo. O Mustang surge no retrovisor do Charger, pouco antes de disparar em seu encalço pelas ladeiras de São Francisco. Se o Mustang dispensa apresentação, o Charger americano é mais conhecido por fãs da Dodge e do filme Bullitt (1968) no Brasil. Ao contrário do que pode supor um leigo, ele é bem distinto do Charger brasileiro, variação do Dart. O Charger americano era baseado no sedã intermediário Coronet e surgiu com a linha 1966.

Dois anos antes a Pontiac havia criado com o Tempest GTO a febre dos carros intermediários com motores V8 cada vez mais nervosos. Eram os musclecars (carros musculosos). O Charger surfava nessa onda. Seus faróis eram escondidos por um prolongamento da grade. Seguia o estilo fastback, sem colunas centrais, mas com largas colunas traseiras. Sob o capô, o básico vinha com o V8 5.2 (318 pol3) de 230 cv, mas havia o V8 5.9 (361) de 265 cv, o V8 6.3 (383) de 325 cv e o Hemi 426 de 7 litros e 425 cv (potência bruta). O câmbio podia ser manual de três ou quatro marchas ou o automático Torqueflite de três. Um ano depois, o V8 440 Magnum (7 litros) ofereceria 375 cv. Em 1968, o seis-cilindros de 3,7 litros complementou a oferta.

Uma sutil curvatura nos para-lamas suavizou o desenho e a coluna traseira ficou mais estreita. Nascia assim um clássico.O assento baixo e macio é típico dos Dodge. Os pedais são suaves, mas o acelerador é um pouco duro devido à carburação Quadrijet. “Quem conhece Dodge identifica o carro de olhos vendados pelo cheiro do couro misturado ao da tapeçaria”, diz Dario Gantus, restaurador especializado em Dodge V8. Há que se acostumar à bravura do V8 de 7,2 litros (440 pol3) para o Charger não escapar das mãos.

Pouco mudaria em 1969, quando a grade foi dividida ao meio e lanternas retangulares substituíram as circulares duplas. A série 500 abria mão do alongamento das colunas traseiras e dos faróis cobertos para render mais aerodinâmica na Nascar. Vinha com o V8 440 ou o Hemi 426. Depois ganhou uma frente pontuda e um enorme aerofólio, que rendeu 320 km/h de máxima e uma série de 505 carros de rua.

Uma nova geração, com largas colunas traseiras, chegou para 1971. Restrições às emissões e a crise do petróleo de 1973 tiraram da geração seguinte parte do brilho esportivo até 1978. Em 1983 o nome Charger voltou a figurar no catálogo da Dodge como uma versão de desenho mais esportivo da plataforma subcompacta K, que só adotava quatro cilindros. Enquanto isso, os protagonistas da série de TV Os Gatões faziam muita algazarra numa cidadezinha americana a bordo de um Charger 1969 customizado abóbora. O enredo virou filme em 2005. Chamado de General Lee, o carro realçou a vocação artística e o carisma da segunda geração do Charger, símbolo de uma era que hoje parece mesmo só ter existido na ficção.

Ficha Técnica:

Motor: 6 cilindros de 3,7 litros (225 pol3); V8 de 5,2 a 7,2 litros (318 a 440 pol3)
Potência: 145 cv a 4 000 rpm; 230 cv a 4 400 rpm a 425 cv a 5 000 rpm
Câmbio: manual de 3 ou 4 marchas, automático de 3 velocidades
Carroceria: cupê hardtop
Dimensões: comprimento, 528 cm; largura, 195 cm; altura, 135 cm; entre-eixos, 297 cm
Peso: 1 575 a 1 642 kg